Sense8, um grande sucesso da Netflix, foi cancelada. Pois é, uma série incrível, cheia de boas tramas para serem desenvolvidas e que nos conquistou desde o início nos deixou órfãos de uma hora pra outra e em um momento em que não esperávamos, na verdade estou até agora (24hrs depois do anúncio do cancelamento) esperando que em qualquer momento se espalhe pela internet a notícia de que a Netflix nos pregou uma pegadinha daquelas bem sem graça, não por me considerar uma grande fã da série, mas por não entender, como seriadora, o motivo da série ter sido cancelada.
A primeira temporada de Sense8 nos apresenta sua trama, personagens e universo de forma maravilhosa, nos leva para vários cantos desse planeta que chamamos de Terra sem se deixar cair na armadilha comum em algumas obras de trazer uma caricatura das culturas que tentam representar. Já a segunda temporada, na minha opinião, acaba sendo muito parecida com a primeira e por isso não consegue ser tão empolgante quanto poderia, porém desenvolve seus plots, da sentido a suas tramas, mostra o crescimento dos personagens e não deixa de ser maravilhosa.
Mas quem leva essa vida de amar séries sabe que até a melhor das séries está sujeita ao cancelamento e que depois de muito espernear o que resta é seguir em frente com aquela série amada no coração, então é pra isso que eu to aqui hoje, tentar encontrar motivos pra seguir (olha o drama) e falar um pouco do que Sense8 deixa para quem assistia e para o futuro das séries.
Era representatividade em tela e atrás dela. Que Sense8 é sinônimo de representatividade a gente ta sabendo há muito tempo, mas o que as pessoas muito notam porém pouco param pra dizer é que atrás das câmeras também era revolucionária. Não eram apenas as irmãs Wachowski ou as diretoras de Matrix envolvidas na série, eram duas irmãs transexuais ocupando o cargo mais alto de uma produção desse tamanho (algo raro, vocês sabem) e deixando para os próximos que quiserem tentar uma porta aberta que evita questionamentos quanto ao cargo que ocupam.
Além disso a série conseguia ser muito plural. Tendo oito protagonistas, cada um de um cantinho do mundo e muita cultura diferente pra mostrar, a série não se deixou abalar pelo desafio de mostrar tudo o que precisava sem virar uma série que parece ponto de vista estadunidense e/ou europeu, cada personagem tinha seu espaço e toda cultura foi muito bem representada.
Se até então poucas vezes vimos representações reais o suficiente para explicar gênero e sexualidade, Sense8 veio com tudo o que precisávamos, uma representação que não estava apenas em Nomi ou Lito, mas em todos os sensates, que além de qualquer coisa amavam humanos, amavam uns aos outros e se aceitavam.
Famílias e amor de todas as formas. A série veio pra mostrar que amor não é algo com fórmula e que não é algo que se pode controlar. Nomi é trasexual e tem uma namorada que vem de uma família com uma mãe e três pais, Lito é gay, tem seu companheiro e uma amiga que está com eles em todos os momentos e que no fim já faz parte do relacionamento, para Wolfgang sua família é seu melhor amigo, Capheus foi criado por mãe solteira e todos os sense8 se consideram parte de uma família constituída por eles.
Sense8 deixa revolução e tudo o que queremos ver daqui pra frente. Sense8 foi cancelada, mas em suas duas temporadas fez tudo o que precisava pra deixar bons exemplos para as séries que virão depois dela, basta que se queira fazer. A série foi real em suas representações e tratou de desconstruir de forma natural, se um jovem assistir a série hoje, com certeza verá ao menos alguns aspectos da nossa sociedade de forma diferente, as portas para que se continue fazendo o que foi iniciado por Sense8 estão abertas e espero que muitas séries passem por elas.
Além disso, ainda temos essa cena aqui:
E por aqui ficamos, com saudades da série, vontade que o cancelamento seja engano e esperança de que mais séries boas virão. Espero que tenham gostado do post e que continuem por aqui, curtam nossa página, nos sigam aqui no blog e todo aquele blá blá blá necessário, adoro comentários, façam aquele agradinho, vai?
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