Resenha: O acumulador de troféus + Top comentarista de setembro

O acumulador de troféus

Camila B. Monteiro

Boêmia Urbana

Ano de 2013; 297 páginas

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Em uma pacata cidade do interior de Goiás, chamada Estrada Nova, uma família vive um drama doméstico em uma das maiores fazendas do estado. Maria vive em um casarão antigo com suas duas filhas e um marido extremamente violento, conhecido por todos como Coronel. Com o crescimento da cidade, surge em meio a outros, um comércio em especial. O dono, chamado Geraldo, é um homem divertido que chegou à pequena cidade goiana para mudar sua vida, quando abriu o Armazém do Geraldo ao lado do Casarão do tal Coronel. Maria e Geraldo tornam-se amigos, despertando a ira e os ciúmes do marido, e após mais uma de suas brigas brutais que levou marido e mulher ao hospital, Maria vê sua vida se transformar completamente. O temido Coronel desaparece misteriosamente do quarto que estava internado, iniciando um rastro de mistério que cerca a família e o casarão. Cadáveres aparecem próximos à casa sem motivo aparente, coisas somem e barulhos assustam cada vez mais, transformando a pequena cidade sempre tão pacata em um cenário de filme de terror. Dois policiais passam a dar apoio em tempo integral à essa pequena família; um deles, muito experiente, toma a frente das investigações e acaba se tornando algo mais do que um simples investigador para Maria e para sua irmã Dani, que inesperadamente aparece para ajudar. Em quem Maria deve confiar agora? Um final inesperado liga todos os fatos de maneira surpreendente.

Resenha:

Romance, suspense, terror ... Tudo que um leitor espera encontrar em apenas 297 páginas.

Em uma cidade do interior de Goiás, vive uma família não tão feliz. Maria faz é a matriarca dessa família, uma mulher bonita, mãe de duas meninas, Cristina e Melissa, que poderia ter uma vida normal se não fosse casada com Leônidas, ou Coronel, que com o passar dos anos criou o péssimo hábito de agredir sua mulher, verbal e fisicamente.

Maria vivia com medo, porém sabia que com ele tinha segurança. Toda segurança acaba quando um cadáver aparece em sua fazenda e o amor, se ainda existia, se vai quando Maria conhece Geraldo, o dono de novo armazém que abriu ao lado de sua fazenda.

Quando Coronel decide viajar a "trabalho", Maria, mesmo sendo fiel ao marido faz um jantar em sua casa para Geraldo e suas filhas, porém no dia seguinte Coronel descobre uma garrafa de vinho esquecida e agride sua mulher, a partir desse momento Coronel some do hospital em que estava, mais cadáveres aparecem em sua fazenda e uma pergunta não é respondida: Quem está fazendo da vida de Maria um inferno?

É difícil encontrar palavras para descrever um livro tão completo. No inicio do livro é possível se envolver como se fosse um romance, os detalhes da vida de Maria são descritos para que nos envolvamos e é possível entender Maria com se entende uma amiga, depois de passada a fase de reconhecimento somos colocados no meio de um livro de mistério e suspense, com aquele terror que faz o leitor se apaixonar, admito que descobrir o assassino virou minha meta enquanto lia.

A narrativa é em terceira pessoa e apesar do livro ser construído em volta de Maria é possível conhecer todas as personagens, podendo assim saber os pontos de vista e desconfiar de todos.

A parte policial da história é abordada em doses pequenas, de forma leve porém direta, assim até os que não estão acostumados com o tema podem ler sem se preocupar.

Esquecendo um pouco a parte do suspense, Camila soube chamar a atenção do leitor até mesmo ao escrever sobre uma família de uma cidade pequena e uma mulher como qualquer outra, que passa por uma situação vivida por muitas mulheres, há momentos no livro em que é possível perceber como as pessoas não se envolvem e não ajudam por causa do medo que um marido agressor pode causar.

O final é muito bom, cada personagem tem um fim merecido, Maria mostra ser forte e a submissão inicial já não existe mais.

Enfim, uma obra nacional completa e que me deixou orgulhosa da nossa literatura.

"- As vezes as coisas se resolvem de uma maneira diferente da que esperamos e nem por isso se torna ruim."

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