10 de mar. de 2016

Coluna do Té - O papel da mulher em jogos e animes

Saudações, ó leitoras! Como sabem, ontem - dia 8 de Março - comemoramos o Dia Internacional da Mulher com um post da Carol Ruel, que vocês podem ver clicando aqui. Então, para dar continuidade à semana da mulher aqui no blog, vamos conversar sobre o papel que as mulheres costumam ter em jogos de video-game, mangás, animes e afins. Boa leitura!

Vamos começar nos recordando de nossas experiências com jogos de video-game e tentando lembrar: Como e onde encontramos as personagens femininas? Qual a sua relevância e importância enquanto personagens? São vilãs? São heroínas? São fortes? Indefesas?
Difícil dizer, no geral. Precisamos, então, começar de algum lugar e ir avançando. Lembra-se dos jogos antigos, tais como Super Mario, The Legend of Zelda e todos esses clássicos que vivo citando por aqui? Pois então. Seus objetivos costumam ter algo em comum: Um herói masculino tentando salvar uma dama indefesa. É uma cultura que, pra época, poderia parecer completamente comum, mas que acabou se tornando uma referência tão forte que criou-se um padrão a ser seguido, e que vive até hoje.

Outro exemplo dessa "falha" na cultura está em mangás, HQ's e quadrinhos em geral. Mesmo quando as personagens eram mulheres, a grande maioria cumpria um papel de "seduzir" e tinha seus atributos sempre sexualizados. Roupas extremamente decotadas e coladas, corpos notavelmente exagerados e movimentos apelativos se tornaram outro padrão para as personagens femininas em HQ's, que, quando protagonistas, "nasciam" pra ser um fetiche dos leitores.



E é aí que nasce o maior dos problemas, na minha opinião: A sexualização.
Ao nivel que a fragilização da mulher foi sendo quebrada no universo dos jogos através de jogos de luta, como Tekken, Street Fighter, Mortal Kombat, The King of Fighter e tantos outros títulos, colocando mulheres de igual pra igual em força e quantidade, a sexualização veio compensar isso. Ocorreu de uma maneira parecida com as HQ's: Roupas e aparência sempre "provocativas" ao público e o mesmo quanto aos movimentos. Algo que também pode ser observado na maioria dos jogos online de RPG, e que tem sido muito comentado entre os jogadores: Enquanto as armaduras dos personagens masculinos aumentam a área protegida de acordo com o nível de proteção, as femininas continuam deixando o corpo completamente exposto, mesmo que o atributo de proteção seja equivalente à armadura gigante dos homens.



Mas, no fim das contas, só existe esse lado da história?

Muito felizmente, a resposta é não. Se investigarmos a fundo no universo dos jogos, animes e afins, podemos achar, também, ótimos exemplos de personagens femininas fortes - e não me refiro só à força física - e que cumprem papéis importantes, lidam com situações difíceis e se mantêm as mulheres de que nos orgulhamos quando vemos. Perguntei pra algumas amigas minhas e o primeiro exemplo que vem à cabeça é sempre o mesmo: Lara Croft, de Tomb Raider.



Honestamente, não cheguei a jogar o suficiente pra contar minhas impressões sobre o jogo. Mas algo eu sei: Lara Croft é uma das maiores referências para mulheres no video-game. É a protagonista de sua franquia, independente, esportiva e que, supostamente não deixa de usar a roupa o quão curta quiser, mas notavelmente não vive só pra ser fetiche.

Podemos listar mais algumas mulheres importantes pra essa cultura, como Tsunade, a líder da vila em Naruto Shippuden, que se mostra competente enquanto líder e praticamente a mulher mais forte de todo o anime, sendo também a primeira mulher a ocupar o cargo. Ainda lida com pessoas frequentemente se assustando com o tamanho de seus seios - que chegam a causar dores nas costas - e a sua idade ser muito maior do que parece. Tem também Misaki Mei, de Another, que vive com o fardo de saber o quão próxima a morte está das pessoas, com a dor da perda de uma irmã gêmea, com dezenas de pessoas que a ignoram completamente, e acabou se tornando a personagem mais carismática e menos sexualizada de todo o anime.
Mas quero ressaltar uma dupla de protagonistas duma franquia que, pouquíssimos devem ter reparado, mas é uma das únicas que têm como protagonistas um homem negro e uma mulher branca, sem algo que faça isso necessário na história: Minecraft.




Sim, Minecraft tinha como protagonista o personagem Steve, um homem negro, até a versão 1.7. A partir da versão 1.8, Alex, uma mulher ruiva, se tornou a protagonista. Pode parecer pouco importante quando colocamos o nome "Minecraft" na história, mas isso nos leva a algo interessantíssimo: Isso foi feito de maneira tão natural, e num jogo com público tão diverso, que serve de exemplo para outras franquias. Nunca é demais lembrar que heróis são 90% das vezes homens brancos, e os 10% restantes ainda são ridicularizados na criação. Continuo um eterno amante dos jogos, dos animes e das nerdices em geral e não pretendo largar isso tão cedo. Mas é bom que todos saibamos bem o que estamos consumindo.

Por hoje é isso, leitoras e leitores! Uma ótima semana de mulher para todas, e lembrem-se que ainda esta semana teremos um post da Mari Barros e um da Mari Borsato (Forninho) em homenagem às mulheres, todos com conteúdos completamente diferentes! Até o próximo post!


-Té.

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