8 de dez. de 2014

Resenha: A Bibliotecária de Auschwitz (Maratona literária #EuTôDeFérias)



















A Bibliotecária de Auschwitz
A Bibliotecária de Auschwitz

Antonio G. Iturbe
Agir
Ano de 2014; 368 páginas


Preço: R$ 23,00 até 40,00

Uma garota de 14 anos. Um professor. Oito livros. Esperança. Em plena Segunda Guerra Mundial, no maior e mais cruel campo de concentração nazista, cerca de quinhentas crianças convivem todos os dias com a morte e com o sofrimento. No pavilhão 31, de vez em quando uma janela é aberta para férias. Obra de Fred Hirsch, o professor que consegue convencer os alemães a deixa-lo entreter as crianças. Desta forma, garante ele aos nazistas, seus pais – judeus – trabalhariam bem melhor. Os alemães concordam, mas com uma condição: seria terminantemente proibido o ensino de qualquer conteúdo escolar no local. Mal sabiam eles o que a jovem Dita guardava na barra da saia: livros. Baseado na história real de Dita Dorachova, A bibliotecária de Auschwitz é o registro de uma época triste da história, mas também o relato de pessoas corajosas que não se renderam ao terror e se mantiveram firmes na luta por uma vida melhor, munindo-se de livros.

Resenha:



E foi assim, em uma tarde em uma livraria comprei um livro com um tema dos que mais me agradam, na capa o aviso de que era baseado em uma história real, mas ninguém me avisou que seria um dos mais emocionantes que já li em minha vida.
É difícil começar essa resenha, primeiro porque adorei o livro e o medo de falar de menos ou de mais me acompanha enquanto a escrevo, segundo porque não há o que explicar sobre o enredo do livro, é a história, é algo real e nada mais. Na escola aprendemos sobre a segunda guerra mundial como se fosse apenas mais uma matéria, porém ninguém nos ensina o tamanho do sofrimento vivido na época e mesmo os que mais pesquisam sobre o assunto jamais chegariam perto de saber explicar.


"Hirsch soube que Edita cuidaria com esmero da biblioteca. A menina tinha o vínculo que une algumas pessoas aos livros. [...] Mas se deu conta de que Dita tinha essa empatia que faz com que certas pessoas transformem um punhado e folhas num mundo inteiro só para elas."

Se você leu A menina que roubava livros e gostou da relação entre Liesel e os livros, vai gostar mais ainda desse. Em A Bibliotecária de Auschwitz, Dita arrisca sua vida pelos livros, mas não é tão simples quanto pode parecer, ela é uma jovem judia e está em Auschwitz-Birkenau. O livro já começa em uma situação de risco para Edita e desde a primeira página sentimos o clima, é como ser transportado para 1944, ver tudo e não poder fazer nada.
Edita é corajosa e consegue ver nos livros um pedaço de esperança, como é mencionado na obra, qualquer outro poderia se perguntar porque se preocupar com os livros se em volta acontecia tanto sofrimento, tanto horror e a guerra não cessava, mas é possível entender que quando lia a personagem podia esquecer tudo o que acontecia em sua volta.

"Talvez o amor seja isso: compartilhar o frio."

A narrativa é em terceira pessoa e oscila entre as histórias dos personagens mais importantes, o autor volta ao passado para nos contar não só as histórias de vida dos personagens, mas também o que os levou até Auschwitz.
Baseado em uma história real, porém costurado com a ficção, didático dentro dos limites para não se tornar algo chato e extremamente emocionante. 
Preciso confessar que ao menos duas vezes as lágrimas ameaçaram cair, não é fácil ler um livro tão real e não é fácil terminar um livro tão forte e com uma história de sobrevivência mais forte ainda.

"- Os que se vão já não sofrem, os que se vão já não sofrem ..."


Apesar de ser um livro sobre o sofrimento e a sobrevivência tem seus momentos bonitos e são eles que tornam a obra tão maravilhosa. No fim é possível se perguntar porque coisas tão pequenas nos fazem reclamar tanto, porém como diz o livro: se irritar com coisas pequenas é sinal de que a vida voltou ao normal.
Há personagens ótimos, cada um marcante ao seu modo, um professor que é acusado por todos de ser maluco e no fim mostra ser um dos mais normais do lugar, uma professora severa que passa um tom de normalidade, Hirsch que é o responsável pelo bloco 31, uma melhor amiga de Edita e por ai vai, também temos aquele personagem que é o mais odiado, Mengele e suas atrocidades.

"A verdade é a primeira vítima da guerra."


O livro também mostra que em um lugar como Auschwitz é difícil não ser corrompido, até os mais honestos se venderiam por um pedaço de pão, por isso cada verdade dita é muito valiosa. Para cada erro a desculpa pode ser a guerra.
O livro é em seu gênero um dos melhores e já é meu preferido. Recomendo até mesmo aos que gostam menos do assunto, é uma grande lição que não pode passar despercebida.

"Até então, eu nunca tinha acreditado nos heróis, mas agora sei que existem, e Dita é um deles."



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6 comentários:

  1. Comprei esse livro para minha avó na Black Friday e estou loooouca pra ler!!
    Sua resenha ficou demais, me deixou mais curiosa ainda hahahahha
    Beijão,
    Thousand Lives to Live!

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    Respostas
    1. Leia Gab, o livro é realmente ótimo.
      Obrigada, foi escrita com todo carinho.

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  2. Adorei sua resenha! Já está na minha lista para 2015! Abraço!
    caixinhadadea.blogspot.com

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  3. Oi Carol, tudo bom?!

    Não tinha lido nenhuma resenha desse livro, mas adorei. Pre-ci-so! Mas agora só pra 2015. Parabéns pela resenha! Boa sorte na maratona!

    Beijos, Rob
    http://estantedarob.blogspot.com.br

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  4. Fiquei mega curiosa com esse livro, mesmo!! Quero ler!!
    PS: Adorei seus post-its <3
    Beijos
    http://vivendonoinfinito.blogspot.com.br/

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