7 de mar. de 2018

Um preto vendo Pantera Negra | Coluna do Té

Saudações, povo mundano! Recentemente eu e Carol, também aqui do blog, fomos assistir o novo filme do Pantera Negra, e não pudemos deixar de trazer um pouco da experiência aqui pro blog. Da uma clicadinha aqui se quiser ver o post dela antes, e o meu é como uma parte dois disso. Então chega aqui e vamos falar um pouquinho da visão duma pessoa negra e muito ligada ao assunto assistindo ao filme.


Quando fui ao cinema com a Carol, já estava sendo minha segunda vez assistindo esse filme. Fui uma semana antes com alguns amigos, e foi uma experiência intensa demais pra viver uma vez só, então voltei lá, já com olhos de quem precisava absorver tudo que fosse possível pra compartilhar aqui. Mas me precipitei ao pensar que seria mais tranquilo assistir tudo de novo, é simplesmente imposível assistir sem ser bombardeado por emoções fortes o filme inteiro. Cada pecadinho dele, cada expressão, cada personagem, cada paisagem, cada música, cada fala, cada figurino, cada pequeno detalhe é de agitar meu pequeno coraçãozinho afro.


Chega a ser difícil decidir por onde começar, então vamos direto ao ponto principal do que tô aqui pra falar, que é aquela tal da representatividade que a gente vive ouvindo a respeito e talvez ainda não tenha entendido muito bem do que se trata. Bom, Pantera Negra veio pra mostrar exatamente do que se trata. Uma obra não só protagonizada por um personagem negro, mas por todo um povo africano, que, mesmo que de um lugar fictício, tem uma cultura toda inspirada em culturas africanas reais, e que, mesmo que não conheçamos a fundo, emociona qualquer um que consiga olhar pra tela e se reconhecer ali - como eu, por exemplo. O foco principal do filme não é só T'challa, nosso DEVERAS MARAVILHOSO protagonista. São pessoas com uma força enorme em todos os sentidos possíveis. Vários homens e mulheres tão importantes quanto - e talvez até mais do que - T'challa para Wakanda, sua cultura, funcionamento e evolução. Representatividade pros nossos.


Muitas coisas me fisgaram com força no cinema. A trilha sonora é composta por, basicamente, tudo que eu amo. Uns batuques e cantos africanos nas cenas de Wakanda, uns traps e boombaps nas da América, e até uns KPops nas cenas da Coreia. Detalhe: até o no KPop tem participação de músicos negros, como Snoop Dogg. É toda a inclusão que vivemos procurando. Os figurinos são invejáveis, do tipo que e eu tivesse, não usaria outra roupa por uns bons anos. Ainda que em sua maioria os personagens sejam muito sérios, um ou outro que trás o alívio cômico são a dosagem perfeita que o filme precisa pra não sobreviver de piadocas forçadas, como muitos filmes de heróis acabam fazendo. E, falando nos personagens, convenhamos, assisti duas vezes e não lembro de ter visto um personagem que não fosse lindo em Wakanda. Se alguém lembrar, me avisa aí, por favor.


Traduzindo: Um dos filmes mais maravilhosos e que já assisti na minha vida, carregado da participação de pessoas negras em cada etapa da produção, protagonizando não só as telas mas tudo que fosse possível no filme. Essa é a representatividade que vivemos buscando, que vai muito além de existir um personagem preto no meio de alguma trama. Algo que põe em evidência toda a identidade que vive em falta em obras grandiosas. E eu achando que não veria um filme de super heróis melhor do que Deadpool. Pantera Negra alcançou isso, e duma maneira inesperada.


Demorei, mas eis aqui tudo o que eu precisava falar sobre minha experiência assistindo o Pantera. Não deixem de ver também o post da Carol sobre o filme. aZeus a todos e Wakanda forever!


-Té.

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